Inicialmente esclareço que a finalidade desta postagem é responder por que todo número, diferente de zero, elevado a zero é igual a um?. A importante restrição diferente de zero não foi mencionada no título para não estendê-lo demais.
Resposta rápida (e correta!): todo número, diferente de zero, elevado a zero é igual a um por definição.
Resposta legal: o que faremos a seguir é justificar o motivo de definir tal potência como sendo igual a um.
Relembremos que quando estamos falando de potências a expressão an quer representar um produto de n fatores iguais a a. Deste modo temos o seguinte exemplo:
5³ quer representar um produto de 3 fatores iguais a 5:
5³ = 5.5.5
Como de costume: o a é chamado de base e o n é chamado de expoente. Portanto, na potência 26 a base é o número dois e o expoente é o número seis.
Relembremos agora a seguinte regrinha (certamente bem conhecida de todo usuário e matemática):
am . an = am+n
Vejamos a regra acima sendo colocada em prática:
32 . 33 = 32+3
De fato:
32 . 33 = 3.3 . 3.3.3 = 35 = 32+3
Um argumento bastante simples para esta regra é o seguinte: em ambos os lados da igualdade temos um produto de m+n fatores iguais a a (convença-se disto!!).
Observação importante: a definição de potência, inicialmente, faz sentido apenas para quando o expoente é um número natural não nulo, ou seja, o zero não entra na definição de expoente, afinal não faz nenhum sentido falarmos em produto de zero fatores. Assim, na regrinha acima, m e n são números naturais diferentes de zero.
O ponto crucial é o seguinte: para definir quanto vale a expressão a0 os matemáticos desejam que a regra acima de repete a base soma os expoentes continue válida.
Esta é exatamente a ideia que se deve seguir para escolher uma definição adequada. Ideia esta que, inclusive, não ocorre apenas neste caso: estender o conceito de modo que os resultados obtidos anteriormente continuem válidos.
No nosso caso o “conceito” é o de potência (que, como já dissemos, a princípio faz sentido apenas para números naturais não nulos), o “resultado anterior” é a regrinha dos expoentes apresentada acima. E estamos querendo estender o conceito para englobar o expoente zero.
Vejamos o que acontece quando consideramos esta possibilidade:
Temos o seguinte resultado, já validado:
am . an = am+n
Queremos que o zero possa ser considerado um expoente, ou seja, queremos atribuir significado para a expressão a0. Mas queremos que a regra dos expoentes continue funcionando quando o expoente for zero, ou seja, queremos que seja válida a igualdade seguinte:
a0 . an = a0+n
Felizmente sabemos quanto vale a soma 0+n e portanto podemos escrever:
a0 . an = an
Agora reflita: qual é o valor que deve ser atribuído ao termo a0 de modo que a igualdade acima fique válida?
Observe que quando multiplicamos an por a0 não acontece nada!
Ou seja, o número an permanece o mesmo. Logo a unica escolha possível é:
a0 = 1
Espero então que tenha ficado claro que: defini-se a0 igual a um, pois é conveniente que assim seja, visto que fazendo isso se estende o conceito para englobar mais casos sem perder a validade da regra já conhecida.
8 comentários:
Que daoraaaa
eu acho que isso mesmo e elevado a um
gente não entendi nada!
me salvo ajudou a estudar
F... yeah!
uffa !!!
...
Muito boa a explanação, obrigado!
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